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Soja registra nova semana intensa, de bons negócios e preços renovando recordes no Brasil
19 de maio de 2020 Notícias gerais
Não diferente das últimas, a semana que se encerra nesta sexta-feira, 15 de maio, foi bastante intensa para o mercado brasileiro da soja. Os novos recordes do dólar - que acumula uma alta de 1,73% na semana e que chegou a bater em R$ 5,97 - motivou novos recordes também nos preços da soja nacional.
Na Bolsa de Chicago, o mercado registrou dias de estabilidade, com variações bastante tímidas, mantendo-se no patamar dos US$ 8,40 por bushel, e precisando de novas notícias fortes para mudar seu posicionamento, como explica o consultor de mercado Fernando Pimentel, da Agrosecurity Consultoria, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Pimentel cita ainda o bom momento que o barter com fertilizante ainda oferece ao sojicultor brasileiro e que ele bem aproveita neste momento. "Se o produtor tem uma boa conta, é normal ele tomar uma decisão de vendas", completa o consultor.
Os valores da soja disponível nos portos nacionais registraram, nos melhores momento das semana, até R$ 119,00 por saca. Para o produto da nova safra, os preços chegaram a bater nos R$ 106,00 / R$ 107,00.
"Se interpretarmos que o dólar fique onde está, ou podendo subir ainda mais, o produtor tem suas oportunidades. Isso não vai ocorrer por um período indefinido, a tendência é de que, com o tempo, esse câmbio se estabilize ou possa até cair. Então, o momento é de oportunidade e a histórica disputa entre esmagador e exportador pode acontecer mais cedo este ano", explica Pimentel.
E as oportunidades para o produtor brasileiro não chegam só pela soja em grão, mas também dos demais setores do complexo. O Brasil segue competitivo também no farelo de soja e, por isso, a demanda interna pela matéria-prima também é firme. E com a disputa do grão com a exportação, "temos a perspectiva de uma paralisação antecipada das esmagadoras este ano", projeta o consultor.
Os preços fortes também no interior do Brasil, além dos portos, são reflexo - além da questão cambial, da demanda forte e da baixa disponibilidade de produto - de um custo frete que não subiu como em anos anteriores.
"Os portos do Arco Norte tiraram muito a pressão sobre o frete. Há uma maior disponibilidade de caminhões, não há uma pressão (de alta) nos fretes, tivemos uma condição de preços favoráveis do diesel, então não vejo uma situação que já ocorreu no passado de no pico da safra termos um curva de custo de frete subindo e isso ajuda o preço no interior, remunera melhor o produtor", explica o consultor da Agrosecurity.