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Tecnologia dribla nuvens e mede evolução das plantas dia a dia
1 de fevereiro de 2021 Notícias gerais
Parceria da Basf com agtech trará ao Brasil em março a ferramenta para melhor tomada de decisão
A Basf e a agtech holandesa VanderSat anunciaram, hoje, uma tecnologia inédita capaz de medir o índice vegetativo das lavouras dia a dia e driblar a interferência de nuvens.
A ferramenta estará disponível nas Américas, incluindo o Brasil, ainda em 2021 para oferecer a agricultores o acesso a imagens diárias e escaláveis da biomassa por meio da solução xarvio Field Manager.
A multinacional e a agtech assinaram um acordo comercial, que prevê a integração do produto, chamado ‘Cloud-free Biomass’ à plataforma da Basf Digital Farming.
Assim, os produtores vão dispor de atualizações mais rápidas das imagens, o que permite o monitoramento contínuo e melhores decisões agronômicas.
A razão é a identificação ou antecipação das ocorrências, como pragas ou estresse hídrico. Com isso, a produção é otimizada, economizando tempo e dinheiro, além de promover a sustentabilidade na agricultura.
O Cloud-free Biomass é resultado da estreita parceria e dos testes desenvolvidos pelas equipes xarvio e VanderSat nos últimos dois anos. O novo produto obteve bons resultados nos testes na Alemanha, Ucrânia, Reino Unido, Canadá e Brasil na safra 2019/20.
Ele tem alta resolução espacial (10 metros x 10 metros) e oferece uma métrica única e consistente da biomassa do cultivo. Com isso, os agricultores podem comparar o desempenho de diversos talhões em uma grande área ou ainda comparar os resultados em diferentes safras.
Integrando três tecnologias de satélites, o Cloud-free Biomass usa o método patenteado da VanderSat de recuperação de frequências, as microondas ativas do satélite Sentinel-1 da Agência Espacial Europeia (European Space Agency, ESA) e imagens ópticas de seu satélite Sentinel-2.
A partir daí, a VanderSat usa seu conhecimento em sensoriamento remoto para interpretar o resultado dessas fontes de dados e oferecer uma medida diária e confiável da biomassa do cultivo.
Driblando as nuvens
Em algumas partes da Europa, Américas do Norte e Latina, as imagens da biomassa sofrem grande obstrução pela cobertura de nuvem. Às vezes, pode levar mais de duas semanas para receber uma imagem ‘limpa’ da biomassa, que geralmente está defasada porque as condições do cultivo mudaram.
As imagens Cloud-free Biomass estão disponíveis diariamente e oferecem grandes benefícios.
Diferentemente do Índice de Diferença Normalizada de Vegetação (o NDVI), que são indisponíveis em dias nublados e só medem o verde espectral, o Cloud-free Biomass mede parâmetros biofísicos e conteúdo hídrico na vegetação, para calcular todos os estágios do crescimento do cultivo.
“Oferecer aos agricultores um acesso mais rápido a imagens confiáveis e de qualidade da biomassa permite maior supervisão e ajuda a reduzir riscos. Assim, qualquer ação necessária pode ser tomada quase imediatamente. Temos certeza de que o Cloud-free Biomass será bem recebido pelos clientes do xarvio Field Manager e pelo setor agrícola”, disse Jeff Spencer, líder global de Tecnologia e Dados do Xarvio.
Para Arjen Bakker, Diretor de Agro, Alimentos e Commodities na VanderSat, o lançamento do produto Cloud-free Biomass é um grande passo para sua empresa em direção a uma oferta completa para o mercado agrícola.
“Como parceiro de lançamento, o xarvio™ deu à VanderSat a oportunidade de desenvolver um produto de ponta, que atende plenamente às necessidades dos agricultores. Agora é possível monitorar continuamente as condições do cultivo, com um serviço operacional disponível no mundo todo”, acrescentou.
Brasil
No Brasil, a tecnologia vai proporcionar um ganho no acompanhamento das condições das lavouras. Ricardo Arruda, gerente técnico digital do Xarvio, explica que algumas áreas ficam constantemente cobertas por nuvens durante a safra.
“Nós estamos aumentando a frequência das imagens de satélite disponíveis aos agricultores brasileiros, com um novo mapa de biomassa disponibilizado diariamente independente das condições climáticas”, pontuou.
Segundo ele, as nuvens impediam a coleta destas imagens ao longo da safra em algumas regiões do Brasil e, quando isso acorre, o agricultor fica sem acesso aos mapas de satélite sobre seus cultivos.
“A partir de agora as nuvens não serão mais um problema. Na prática teremos condições de fornecer aos agricultores brasileiros imagens de altíssima qualidade dos seus campos de cultivos todos os dias, mesmo naqueles dias muito nublados”, resumiu. (com informações da assessoria de imprensa)
Fonte: Canal Rural